Freguesia de Paranhos

A Freguesia de Paranhos é uma das freguesias urbanas da cidade do Porto que, ainda hoje, conserva maiores tradições populares.

Os usos e costumes de Paranhos são o retrato, por um lado, das suas características físicas do passado, dos seus solos férteis que proporcionaram a sua natureza rural e, por outro lado, da sua localização que traçou, durante séculos, os caminhos das gentes do Norte que visitavam a então vizinha cidade do Porto. As atuais ruas de Costa Cabral e do Amial representavam no passado, as principais vias de acesso a Guimarães e Braga, respetivamente. 

Até 1945 quem pretendesse entrar na cidade via-se obrigado a pagar o imposto indirecto municipal, servindo a estrada da Circunvalação de marco fronteiriço para o efeito.

A transformação urbana da freguesia que decorreu sobretudo na segunda metade do século XX, apagou, de facto, quase todos os traços físicos que caracterizavam a sua ruralidade. No entanto, mais difícil de apagar são os usos e costumes de uma população orgulhosa de nascer, viver e criar raízes em Paranhos.

Os costumes e as tradições desta freguesia assentam sobretudo em características que evocam a sua origem rural e camponesa.

Esta freguesia foi crescendo e desenvolvendo-se, aliás como a maior parte das freguesias, em torno da sua igreja. A igreja de Paranhos foi edificada por lavradores abastados no século X, em torno da qual foram nascendo casais e quintas. Como estas continuaram a crescer, deram origem a lugares, entre eles Regado, Agueto, Couto, Igreja, Lamas, Tronco, Carvalhido, e Vale, estes já existiam em 1689.

Em 1758 já existiam mais lugares, entre os quais, Amial, Bouça, Cruz da Regateira, Antas, Travessa, Azenha e Cabo. Existiam ainda os lugares de Casal, Fonte, Paranhos, Telheiro, Estrada, Monte Velho, Eira, Padrão, Pereira, Tojo, Aval, Cortes, Regueiras e Asprela.

Com base no Catálogo dos Bispos do Porto de D. Rodrigo da Cunha, sabemos que em 1623, Paranhos contava apenas com 246 habitantes. No ano de 1687, existiam em Paranhos 466 habitantes. Em 1758, segundo dados cedidos pelo pároco, o Reverendo João Carneiro da Silva, havia nesta freguesia 806 habitantes. Em 1766, Paranhos contava com 946 habitantes e em1801, há escritos que dão conta de 1541 habitantes em Paranhos.
Desde o ano de 1837 que a freguesia de Paranhos foi integrada na cidade do Porto, tendo pertencido até esta data à antiga Terra da Maia.

Na década de 50 do século XX, é inaugurado no lugar da Asprela o Hospital Geral de São João, outrora designado por Hospital Escolar da Cidade, por nele estar instalada a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Como o número de habitantes foi crescendo incessantemente, a freguesia foi-se transformando em termos paisagísticos. Muitos dos campos existentes, foram dando lugar à construção de edifícios, não só habitacionais, mas também institucionais. É portanto, no século XX, que começa a nascer uma freguesia de cariz urbano, com a pavimentação de ruas e caminhos, aproximação da freguesia ao centro da cidade através do melhoramento das vias, o que se traduziu numa maior mobilidade da população.

Apesar do seu perfil urbano, ainda hoje podemos descobrir os prazeres de uma freguesia que em tempos foi constituída por aldeias. Podemos encontrar pessoas que vendem pelas portas os legumes da horta, as que vendem à sua porta flores, a mercearia e a padaria onde se conhece o freguês, assistir e participar na procissão em honra de N.ª Senhora da Saúde, beber água num dos muitos fontanários que ainda vão resistindo à mudança, ou seja, costumes marcadamente rurais. Paranhos oferece uma dupla riqueza: viver e estar na cidade e usufruindo os seus serviços e meios, mas ao mesmo tempo desfrutar de uma tranquilidade bucólica, difícil de encontrar no meio urbano.

Consulte, em anexo, a coleção de brochuras "CONHECER A NOSSA FREGUESIA".